Foi apenas uma live para marcar o lançamento do EP de estreia. Depois, pandemia e quarentena mantendo os integrantes apenas em contatos virtuais. Mas e se estivessem liberados no próximo fim de semana para gravar um novo EP ou fazer uma apresentação? A banda Komodo Queens estaria pronta.
“Ensaiamos direto, todos os fins de semana, horas. Tudo muito redondo. Vamos tocar agora? A gente consegue tocar.”
Digão, baixista do Komodo Queens
O lançamento do EP homônimo aconteceu em 30 de julho. No dia seguinte a banda fez uma live para apresentar suas músicas. E foi tudo. ‘A gente tinha até planejado uma festa de lançamento, estava vendo lugar para fazer, chamar uma galera para ver o show’, conta Cello Zero, vocalista e guitarrista da banda.
Em função da quarentena imposta pelo covid-19, o grupo, que tem ainda Claudinho (guitarra), Digão (baixo) e JC (bateria) não pôde mais se reunir. Mas, mesmo sem um show com público no currículo, o Komodo Queens carrega o entrosamento de uma outra banda (I Know You Are Dead) da qual os quatro integrantes faziam parte.
Tanto que o grupo tem confiança de que, quando for possível ou necessário, estarão prontos para continuar o trabalho. ‘A gente não precisa ir para o estúdio ensaiar se a gente já sabe todas as músicas. Já sabe o que vai fazer. Se for para gravar um EP, a gente vai para executar e executa, simples, objetivo e não demora’, afirma Digão.
O quarteto não tem contato pessoal desde a live no fim de julho. Mas agora começa a conversar sobre uma possível nova reunião. ‘A gente ainda está conversando sobre isso, ainda não decidimos voltar’, revela Claudinho que, como Digão, mantém outro trabalho, mas apenas em home-office. Cello, dono do estúdio M6, onde foi gravado o EP, e JC, que também trabalha no estúdio, já estão mais à vontade para voltar.
Mas, enquanto decidem quando voltam a se reunir, os integrantes do grupo mantêm bastante contato virtual e vão trabalhando em lançamentos de vídeos durante a quarentena e atualizações em redes sociais para conseguir ganhar mais visibilidade.
‘A rede social é face da banda. Eu sou um pouco preocupado com isso porque eu sou designer. Eu não vou colocar qualquer coisa, você tem uma responsabilidade grande ali. A gente não pode deixar de gerar material porque senão a gente acaba entrando no anonimato’, afirma Digão.
E além de trabalharem com as músicas do EP, o Komodo Queens também já pensa em seus próximos passos. Se neste primeiro EP Cello é apontado como a ‘grande mente’ da banda, para o futuro os outros integrantes devem ter mais participação. ‘Quem chegar com a ideia beleza, a gente senta e trampa em cima. Não tem muito tem que centralizar em um, centralizar em outro’, diz o vocalista.
‘Eu acredito que a gente tem que encontrar um caminho que todo mundo consiga também trabalhar. Ele (Cello) pode continuar também com seu processo de criação, a gente pode tentar um novo processo de criação’, afirma o baixista.
Para Claudinho, com Cello assumindo os vocais, o grupo também ganha mais liberdade para criar. ‘A gente tem uma liberdade de improvisar um pouco mais no ensaio. Antes ficava uma coisa um pouco mais amarrada’, encerra.