Val Santos lançou 1986 (Reprodução Facebook)
Reportagem Especial

Val Santos coloca força de três décadas de metal em ‘álbum-legado’ 1986

O plano era deixar um legado musical em formato de trilogia, sem grandes pretensões. Mas logo na primeira parte, o projeto já mexeu com emoções e caminha para ser maior do que a ideia original. Val Santos e seu álbum de estreia, 1986, chegaram fazendo barulho. Ou melhor, fazendo metal com a força acumulada durante mais de três décadas.

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Músico, produtor e arranjador, Val Santos tem longa carreira no rock’n’roll, com passagens marcantes pelo Viper, Toyshop, Vodu, Volkana e Zuris. Neste período, conheceu muita gente e fez grandes amigos. Alguns já entraram para a seleção de 1986, um álbum dedicado a homenagear o heavy metal e suas vertentes da década de 80.

‘Não vou fazer esse disco sozinho totalmente, vou chamar um monte de amigos e quero que eles participem comigo. Expliquei para eles qual era a vibe. Eu fui vendo qual o estilo em que cada um encaixava em cada música’, explica Val Santos em entrevista ao Bem Rock.

O álbum conta com mais de uma dezena de participações. Nomes como Leandro Caçoilo e Feipe Machado, do Viper, Alexandre Grunheidt, da Ancestral, Bruno Sutter, Brunno Mariante, Marcos Naza, Mauro Coelho e muitos outros. De uma geração mais nova, destaque para Yohan Kisser, guitarrista da Sioux66 e filho de Andreas Kisser. ‘Só tem gente pesada. Por isso que o disco saiu bom. Não tinha como sair ruim com uns caras desses’, avalia.

Val conta que a ideia de lançar um álbum surgiu em 2012, quando começava a gravar e produzir em casa, mas ganhou força três anos depois. Quando começou a compor, com foco no metal, decidiu fazer essa homenagem aos anos 80. ‘Eu comecei a compor as músicas pensando nesta época. Realmente eu fiz de um jeito meio datado mesmo’, diz, citando Iron Maiden, Metallica, Megadeth, Anthrax, Kiss, Dio e outros clássicos como inspiração.

Apesar de o álbum fazer homenagem a toda uma década, o ano de 1986 foi o escolhido como nome em função do lançamento de Master of Puppets, do Metallica. ‘O nome, quem deu, foi o Felipe Machado, do Viper. Por que você não coloca 1986, o ano que lançou seu disco preferido?’, conta, lembrando ainda Reign in Blood, do Slayer, e Peace Sells… But Who’s Buying?, do Megadeth, também daquele ano.

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Com uma primorosa seleção de convidados e um som incrível distribuído por suas 11 músicas em quase 50 minutos, 1986 está superando o resultado esperado por Val Santos. ‘O disco está indo melhor do que eu imaginava. Foi uma surpresa. Eu estava lançando só como legado. Esse tipo de coisa, entrevista uma atrás da outra, eu nunca tinha feito na vida’, comenta o músico.

Acabei mexendo com as emoções de algumas pessoas. O disco é um pouco saudosista. Quem ouvir, vai sentir um pouco aquela vibe dos anos 80’, afirma Val. ‘Mas não era programado isso aí não. ‘Eu não sou conhecido. As minhas bandas são mais conhecidas. O Toyshop é mais conhecido. O Viper é conhecido. Mas não eu. Sou conhecido entre os amigos, mas entre o público (não)’, continua.

Trabalhando na produção do novo álbum solo de Felipe Machado, também colaborando com o Viper, além de um novo trabalho da Toyshop, Val Santos também tem projeta novos lançamentos solos. ‘Ainda não acabou. Vai ter parte dois porque não deu para colocar todos os amigos. Tem mais para o próximo disco’, revela.

Este segundo álbum solo também deve ter uma boa parte dedicada aos anos 80. Mas é no projeto do terceiro disco que Val deve surpreender mais. ‘Tem a parte três. Esse vai ser totalmente fora da caixinha. Vai ter reagge, forró, hardcore, tudo. Porque esse vai pegar música geral que eu ouço desde criança’, explica.

O músico já projeta, inclusive, uma participação muito especial. ‘Meu pai é sanfoneiro. Sou fanático por Luiz Gonzaga, tenho a coleção dele. Então quero fazer uma música baseada em Luiz Gonzaga. Já toquei com meu pai e quero a participação dele no meu disco’, antecipa.

Val destaca que, de seu lado, a ideia com a trilogia e o novo disco da Toyshop é deixar um legado musical. ‘Eu não tenho pretensões de ser famoso. Isso ficou lá nos anos 90. Só quero lançar música’, ressaltando também que não abre mão da qualidade destes lançamentos.

Mas, apesar de sua vida pela música, uma turnê, por enquanto, está descartada. ‘Provavelmente depois da pandemia eu devo fazer algum show em São Paulo para divulgar o disco’, diz. ‘Eu gosto de compor e de gravar, gosto da parte de estúdio. Tocar não é mais a minha praia’, explica o músico.

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