Cena do clipe Fake Satisfaction, gravado em Florianópolis (Reprodução)
Cena do clipe Fake Satisfaction, gravado em Florianópolis (Reprodução)
Reportagem Especial

Ainda mais atual, Modern Drugs, do Combover, faz um ano de vida

O embrião foi um single de 2016. Depois muito trabalho até o lançamento de Modern Drugs, em setembro de 2019. O álbum da banda paulista Combover fez um ano de vida, ainda com sua temática muito atual – ou até mais ainda agora, e com muita energia canalizada por uma quarentena.

“Tudo encaixou de um jeito muito legal. Ano passado foi o ano que o Combover mais tocou, quase 30 shows, tocamos em oito ou nove estados.”

Carlão Freitas

Modern Drugs é o segundo disco de inéditas do Combover. Com um som pesado, as músicas fazem uma crítica ao exagero do uso de smartphones e redes sociais atualmente. Tudo com um bom toque de humor e ironia, como no recém-lançado clipe de Fake Satisfaction.

O humor está, inclusive, na formação da banda, com os integrantes assumindo novas identidades. Atualmente, o Combover tem Don Carlón (Carlão Freitas – guitarra e vocal, Lorge Garga (Rafael Garga – bateria) e Peter Tocha (Pedro Ishikawa – baixo). Com essa formação, o grupo encaixou vários shows promovendo Modern Drugs.

Em 2020, porém, tiveram de parar com os shows. ‘Nosso plano era esse, aproveitar mais um pouco esse rescaldo do disco, tocar em festivais, conhecer mais banda, conhecer mais gente. O corona acabou privando a gente disso tudo, mas a gente está com uma energia canalizada que vai vir coisa boa na primeira oportunidade’, fala Don Carlón.

SEM AÇÃO
A história de Modern Drugs começou alguns anos antes. Ainda em 2016 e com outra formação, o Combover fez uma turnê pela Alemanha. Lá, Carlão fez a composição de Smartphones, Dumb People. ‘É uma música que tem um acorde só e a letra não tem verbo nenhum. Você está sem ação, o que acontece quando você está com o celular na mão’, analisa o músico.

Depois de um hiato no ano de 2017 e algumas mudanças na banda, o plano de gravar um álbum voltou com força na cabeça de Carlão. ‘Hoje em dia a indústria toda fala – lance singles, lance EPs. Mas eu estava com uma ideia, entre aspas, megalômana de fazer um disco. Quero fazer um disco, e fazer um disco temático, brincar com a coisa conceitual falando de um assunto só’, explica.

O grupo então gravou quatro músicas ainda em 2018 e outras quatro em 2019, completando o que seria Modern Drugs. Dois outros singles, entre eles Flying Cocks, lançado também em 2018, ficaram fora do álbum por não estarem na mesma temática.

ESTABILIDADE
Carlão Freitas está intimamente ligado ao mundo da música. Jornalista de formação, além de estar à frente do Combover desde 2012, ele também comanda o Estúdio Aurora, em São Paulo, um dos pontos de referência para bandas independentes.

Com sua experiência, Carlão agora celebra o período de estabilidade do Combover, além da oportunidade de trocar experiências com bandas que ensaiam e gravam no Aurora. ‘O Modern Drugs é o primeiro disco que o Combover mantém a formação por mais de um ano. A unidade da banda está ficando muito legal’, diz.

Além da unidade, o fundador do Combover ainda celebra a qualidade de seus atuais parceiros e a riqueza que eles trazem para a banda. ‘O Garga, na minha opinião, é um dos melhores, se não o melhor baterista de rock que tem na cena hoje’, diz. ‘O Pedro, eu já tinha tocado com ele em outras bandas, um cara super eclético, excelente músico’, continua.

‘E essa convivência no estúdio com outras bandas de trocar influências, referências, ouvir outras bandas ensaiando, obviamente você absorve muitas coisas’, fecha, dando como exemplo dois grupos que gravam e ensaiam no Aurora: Cat Vids e Poltergat.

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