O cenário começou a crescer, com mais bandas juntando-se a outras mais tradicionais. Amparados pelo maestro da cena bubblegum, Davi Pacote, o punk rock começa a reviver um bom momento no Brasil, mesmo durante a pandemia de Covid-19.
“É uma cena que está ganhando muita força. Eu não diria nem só o bubblegum, mas o punk rock está ganhando muita força.”
F.Snipes
Para F.Snipes, que lançou este ano seu EP de estreia, Sol, o single Manifesto além de estar trabalhando em novas composições, Pacote tem sido fundamental para esse crescimento. ‘O bubblegum tem ganhado muita força. O Pacote é uma peça chave. A gente está num ano em que ninguém que está conseguindo ir para estúdio gravar. Um cara inteligente, super talentoso. O trabalho que ele tem feito com a maioria das bandas é excepcional’, conta.
Com esse crescimento, Snipes viu também a necessidade de um movimento que pudesse ajudar a transformar o trabalho de diversas bandas e artistas em uma cena. Assim surgiu a Grudda. ‘Meu medo era que tanta coisa boa aparecendo, como a gente faz para que isso não se perca. A Grudda meio que aparece nesse contexto de tentar chancelar um pouco esse grupo que está fazendo coisas novas’, explica o músico.
Ele apenas descarta transformar a Grudda em um selo. ‘A Grudda foi pensada em ser um movimento colaborativo e não um selo. Porque um selo é um business, um produto e tem fins lucrativos, o que não é o papel da Grudda. Ela tem um papel mais de unificar pessoas que tenham um mesmo propósito, que queiram se ajudar a tentar alavancar um certo movimento’.
O que tem atrasado os planos, por enquanto, é justamente a pandemia, principalmente ao se pensar em shows. ‘Eu tento evitar qualquer coisa que possa dar errado. Fazer um show até que saia uma vacina de fato não é viável. No Brasil se fala muito na segunda onda da covid, mas acho que a gente nunca saiu da primeira. A gente já conversa até sobre fazer um festival da Grudda. Mas a gente tem que ser realista e entender quando isso vai realmente ser possível’, conclui.
