A banda Drowned Men
Drowned Man - Bats © Flávio Charchar
Reportagem Especial

Da magia, Drowned Men lança seus morcegos pós-punks

Rolou um encontro mágico em Belo Horizonte. E dele nasceram morcegos, vampiros e a banda Drowned Men. Com pouco menos de dois anos de carreira, e encarando uma pandemia no caminho, o grupo mineiro já tem seu primeiro álbum lançado, Bats, de março de 2020.

A Drowned Men é um encontro de cinco amantes do pós-punk e bandas como Cure, Echo, Siouxie, Bauhaus e outras. E essa paixão em comum ajudou na formação e no entrosamento de seus integrantes.

Adriano JS (baixo), Gabriel Martins (bateria), Joey Blasmain (guitarra) e John Silva (guitarra/backing vocal) são os integrantes originais. Adriano Bê (vocais) uniu-se depois ao grupo, que deixava de ser então instrumental.

“Foi uma união meio mágica. O diálogo foi muito natural, as músicas fluíram naturalmente, sem forçar um processo de produção.”

Adriano Bê

Para o vocalista, essa proximidade entre os músicos foi fundamental para o pouco tempo entre a criação da banda e o primeiro álbum. ‘Essa rapidez foi muito por conta disso, dessa identificação entre a gente e falarmos uma mesma língua.’

MORCEGOS E VAMPIROS
Bats chegou em março, pela Howlin’ Records, com um som que marca bem as influências e identidade do grupo em nove músicas durante 35 minutos. Essa sonoridade gótica ganhou um reforço com as letras de Adriano.

‘Foi muito espontâneo, não foi um negócio decidido ‘vamos fazer esse tipo de som ou ter esse tipo de estética. Eu entrei carregando o pós-punk nas letras e no jeito de cantar, e a estética foi surgindo naturalmente, do preto, do sobretudo, dessa paixão pelo universo gótico e vampiresco’, explica o vocalista.

Das nove músicas, a banda escolheu a última para dar nome ao álbum. ‘Quando surgiu (a música Bats), a banda ficou apaixonada, uma de nossas preferidas. Estávamos votando uma música para trabalhar e ser o nome do álbum e Bats foi a escolhida’, explica Adriano.

QUARENTENA
A Drowned Men é mais um exemplo dos impactos que a pandemia do Covid-19 trouxe. A banda teve de adiar os planos de lançamento de Bats. Uma próxima tentativa será no mês de agosto. ‘Estou muito triste por não poder apresentar esse trabalho’, diz Adriano.

‘Mas afetou mesmo. Tínhamos uma programação de lançamento, num espaço bacana. Mas veio a pandemia com força. Estou muito triste porque o que eu mais gosto na Drowned Men são as apresentações’, continua o vocalista.

Segundo Adriano, a banda conseguiu, em seus primeiros shows, mudar a percepção do público sobre uma banda gótica. ‘Os feedbacks estavam muito legais. Acho as apresentações incendiárias. O pessoal vai meio resistente por ser banda gótica, meio deprê, mas não tem nada disso’.

Se não precisar ser remarcado, o lançamento oficial de Bats deve acontecer no dia 23 de agosto, no Theatro Brasil Vallourec, em Belo Horizonte.

A PRIMEIRA VEZ
Não foi apenas com o álbum que a Drowned Men foi ágil. A banda também já lançou seu primeiro clipe, da música Stay. O clipe, produzido pela Rocambole Filmes, mostra a atriz Lorraine Siqueira chegando em casa, enquanto os integrantes da banda aparecem como fantasmas.

‘Foi muito legal. No começou eu fiquei um pouco inseguro, porque eu nunca tinha feito um clipe. Foi aquele processo de tocar a música mais rápido, e não é muito natural. Mas ficamos encantados’, revela Adriano.

Quel Batista, esposa do baterista Gabriel Martins, que tem a direção geral e produtora artística do álbum Bats, foi também quem teve a ideia do roteiro do clipe. ‘É sobre luto, uma saudade, e ela (Quel) teve a ideia dessa pessoa transitando pela casa, com esses fantasmas assombrando por ali’, explica o músico.

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A experiência agradou ao grupo. Tanto que a banda aguarda ansiosa para gravar seu segundo clipe. ‘Estamos em stand by, não podendo nem nos encontrar. Mas doidos para fazer um segundo vídeo, que provavelmente será Bats’, revela Adriano.

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